O 40º Grupo Escoteiro Anchieta, sediado no Colégio Anchieta há 54 anos e atualmente o único de Nova Friburgo, realizará, nos próximos dias 30 de abril e 1º de maio, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, uma atividade sobre o movimento escoteiro, que completou, em 2010, cem anos no Brasil. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria Municipal de Ordem Urbana, e da Universidade Candido Mendes.
No dia 30, será feita uma demonstração da montagem de um campo escoteiro e a construção de pioneirias (abrigo suspenso, a partir de construções artesanais), feitas pelos próprios escoteiros. No domingo, dia 1º, será aberta a exposição de fotos, vídeos e banners com um pouco da história do movimento, com a solenidade de hasteamento do pavilhão nacional às 9h, com presença de autoridades e convidados. Os vídeos serão exibidos numa tenda doada pela Associação de Veteranos dos Fuzileiros Navais de Nova Friburgo.
Um dos principais objetivos da atividade é reunir os antigos escoteiros de Nova Friburgo e promover um grande reencontro. O outro é o de levar o movimento à comunidade, abrindo as portas do grupo a todas as crianças (a partir dos sete anos de idade) e jovens que queiram fazer parte do movimento escoteiro. Adultos também são bem-vindos como voluntários.
— Queremos ajudar a reconstruir nossa cidade com cidadãos de bem, que carreguem consigo os valores da ajuda ao próximo. É isso que o movimento escoteiro faz, é essa sua razão de ser. O 40º Grupo Escoteiro Anchieta está pronto para fazer a sua parte nesse esforço de construir uma Nova Friburgo ainda melhor — afirmou a presidente do Grupo, a chefe Maria Alice.
Recentemente, os escoteiros do 40º participaram ativamente na ajuda às vítimas da tragédia ocorrida na cidade.
— Todos tivemos perdas enormes, perdemos inclusive um de nossos melhores escoteiros, nosso querido Frederico, filho de nossa chefe Cristina, mas buscamos na união para auxiliar o próximo, nosso próprio consolo — afirma o Chefe André Gula.
HISTÓRIA
O escotismo, criado pelo general inglês Sir Baden-Powell, e trazido para o Brasil por oficiais da Marinha, é a maior ONG (organização não governamental) do mundo, contando hoje com mais de 30 milhões de membros em todo o mundo e está presente em 99% dos países.
O movimento visa o desenvolvimento do caráter dos jovens, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades. O escotismo não tem vínculo religioso, há escoteiros de todas as religiões, como católicos, protestantes, evangélicos, espíritas e judeus dentre outras.
Tornou-se um movimento várias vezes premiado exatamente pela ajuda na transformação de crianças e jovens em cidadãos conscientes e valiosos nas sociedades. Exemplo disso é um dos homenageados da exposição, o ex-vice-presidente José de Alencar, morto recentemente. Alencar foi escoteiro em Minas Gerais nos anos 40 e costumava dizer que lidava com a sua luta contra o câncer baseado na Lei escoteira que diz que “o escoteiro tem fibra, é alegre e sorri nas dificuldades”.
A exposição tem o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Ordem Urbana, onde atua outro antigo escoteiro. Subsecretário, comandante da Guarda Municipal de Nova Friburgo e secretário-executivo do Gabinete de Gestão em Segurança Pública – GGI/M, André Luís Santos participou do movimento no Rio de Janeiro desde os sete anos de idade.
— Quanto mais escoteiros tivermos, menor será o número de jovens envolvidos com drogas e criminalidade. Além da camaradagem e das atividades ao ar livre, o escotismo dá aos jovens padrões de ética e moral valiosíssimos. Costumo dizer que nem todos que participaram do movimento escoteiro são cidadãos exemplares, mas todos tiveram a maior chance de suas vidas para aprender a sê-lo — afirmou.
Além disso, uma das bases do movimento é o respeito à natureza e a preservação ambiental. O fundador do movimento escoteiro dizia que o objetivo de todo escoteiro deve ser deixar um mundo melhor do o que encontrou.
O 40º Grupo Escoteiro Anchieta, em funcionamento em Nova Friburgo desde 1957, jamais teve sua atividade interrompida, graças aos voluntários que, ao longo de todos esses anos atuam junto aos jovens. Tem como patrono e fundador o querido Padre Giovani Selvaggi, que atuou no Colégio Anchieta por muitos anos, sempre buscando apoio e divulgação para o movimento que tanto amou. Padre Selvaggi sempre esteve à frente das atividades, mesmo já com idade avançada e problemas de saúde e ainda hoje é um exemplo dentro do grupo para os mais jovens que não tiveram o privilégio de conhecê-lo.
Pioneiria construída pelos escoteiros